Hora de juntar os soldados
22 de maio de 2018 por Lucho SilveiraSob um clima de desconfiança e algumas decepções, a Seleção Argentina foi confirmada por Jorge Sampaoli para a disputa do Mundial da Rússia.
Aliás, o próprio Sampaoli conviverá com essa desconfiança até a bola rolar para os argentinos!
Mesmo assim, alguns veículos de comunicação já começaram a mudar o tom das manchetes. Um exemplo disso é o sempre crítico e irônico Olé, que estampou na sua capa hoje: “Vamos a Bancarlos”.
A lista propriamente dita tem de tudo… Novidades, veteranos, jovens, surpresas e, claro, decepções.
Nomes como Icardi, Lautaro Martínez e Centurión não apareceram e mereceram destaque na crônica local e mundial.
Outros, de vaga assegurada, também chamaram a atenção. Será que ainda dá para Biglia e Mascherano, por exemplo?
Sampaoli já iniciou os trabalhos em Ezeiza, agora só resta “alentar”, como sempre fez o torcedor argentino… Esquema tático? O onze titulares? Parceria para Messi? Nahhhh… Isso pouco importa! Até porque sequer o comandante sabe isso!!!! A hora é de torcer e acreditar, nada mais.
Vamos aos 23:
Goleiros:
Sergio Romero (Manchester United-ING) – Titular na Copa passada, Romero segue sem jogar na Europa, mesmo assim deve ficar com a 1 da Argentina.
Wilfredo Caballero (Chelsea-ING) – Pouca gente entende essa convocação. Não joga na Europa e poderia ser facilmente substituído por Marchesín ou Guzman, por exemplo.
Franco Armani (River Plate-ARG) – O único que jamais tinha sido citado dessa lista! Armani corre por fora, mas pode surpreender na briga pela vaga no gol.
Defensores:
Cristian Ansaldi (Torino-ITA) – A surpresa! Sampaoli justificou sua convocação pelo fato dele jogar pelos dois lados. Seria um dos coringas do elenco… Mas será que era para ser mesmo convocado? Tenho minhas dúvidas.
Gabriel Mercado (Sevilla-ESP) – O titular da direita desde que esteja bem fisicamente. Andou se lesionando e está sob cuidados médicos. Deu margem para a convocação de Ansaldi.
Nicolás Otamendi (Manchester City-ING) – Titular antes da bola rolar, Otamendi é o principal jogador do sistema defensivo. Jogador do City de Guardiola, não tem toda essa “jerarquia” que acha que tem, mas é titular e importante nesse contexto frágil dos defensores.
Federico Fazio (Roma) – Fez uma ótima temporada a despeito de não ter jogado bem na fase semifinal. Deve ser titular ao lado de Otamendi.
Marcos Rojo (Manchester United) – Um dos nomes mais criticados, Rojo não agrada a quase ninguém, mas agrada aos líderes do grupo e ao Sampaoli, então… Até de zagueiro poderá ser utilizado, uma loucura!
Nicolás Tagliafico (Ajax) – Cresceu na temporada passada, ganhou a Copa Sul Americana e se transferiu para a Europa. Merece a convocação e, se bobear, será o titular.
Marcos Acuña (Sporting) – Sampaoli transformou Acuña em “defensor”. De homem agudo, que pisava na área e fazia gols no Racing, Acuña passou a um posição mais defensiva no Sporting e agora efetivamente um defensor com Sampaoli.
Meio-campistas:
Javier Mascherano (Hebei Fortune) – A principal liderança desse grupo de jogadores jamais ficaria de fora, mesmo que não esteja jogando a metade do futebol da Copa passada. Mascherano envelheceu, não acha mais uma posição e hoje mais fala do que joga!
Ángel Di María (Paris Saint-Germain) – Di Maria é da turma de Messi e sempre estará em conta… No time do PSG tem destaque, sequência e traz de herança uma boa Copa de 2014.
Ever Banega (Sevilla) – Outro que já foi testado em varias funções e não achou a sua real utilidade dentro da seleção. Banega ainda tem vigor e isso ajuda.
Lucas Biglia (Milan) – Uma das “carretas sagradas”!!! Assim são chamados os veteranos da seleção. Ruim tecnicamente, sem hierarquia e resumindo… Inexplicável!
Manuel Lanzini (West Ham) – Era um 10 e, como muitos na Europa, transformou suas características e postura. Lanzini ajuda a marcar agora, recompõe e é discreto. Tem alguma resistência da crônica, mas sempre esteve nas convocações.
Giovani Lo Celso (Paris Saint-Germain) – Outro que mudou seu estilo de jogar! No Rosário Central é um enganche, no PSG virou quase um volante. Sampaoli deve usá-lo ao lado de Biglia e Mascherano.
Maximiliano Meza (Independiente) – Meza é da cota local, com fome de bola e querendo aparecer para o mundo! Tem drible, audácia, galhardia e vai muito bem no 1×1. Se tiver chance e não tiver medo, pode fazer uma boa Copa.
Cristian Pavón (Boca Juniors) – O melhor jogador da Superliga Argentina. Pavón carregou o Boca nas costas muitas vezes. Tem drible, chute e gol… Está pronto para voltar ao país pós mundial.
Atacantes:
Lionel Messi (Barcelona) – O cara! Se aqui no Brasil os pesos e as tarefas foram divididas, na Argentina segue o “Messi +10”. Mesmo sendo craque, Messi sofre com as comparações e as cobranças… Se não ganhar um mundial, jamais ganhará um lugar eterno nos corações apaixonados dos torcedores argentinos.
Sergio Aguero (Manchester City) – “El Kun” é o melhor 9 convocado, mas precisa estar a ponto de bala para render. Parceiro de Messi, Aguero é outro que sobre com os fantasmas de Kempes, Batistuta e Crespo.
Gonzalo Higuaín (Juventus) – “Pipa” já entrou para o folclore. Craque em errar gols e desperdiçar chances, Higuaín parece que deixa o futebol nos clubes em que atua e chega tropeçando na bola quando está com a seleção.
Paulo Dybala (Juventus) – Mesmo com destaque mundial, Dybala ganhou sua vaguinha na última hora. Dono de uma declaração que não caiu bem aos ouvidos de Sampaoli, quando disse que tinha se adaptado a Messi, Dybala quase ficou fora da Copa.
Com pouco jogos com a seleção, o jogador da Juventus carrega muita expectativa da crônica argentina e mundial.