Prepare a cestinha
14 de novembro de 2019 por Lucho SilveiraO final de ano será duro com o futebol argentino!!! Essa frase cabe para todos os clubes do país hermano, uma dura realidade que foi trazida por má condução em alguns casos e, em outros (maioria), pelo aumento da cotação do dólar, que foi às alturas.
Quando a Superliga se estabeleceu as coisas andaram diferentes. Os clubes do futebol argentino viram brotar dinheiro como nunca.
Novos patrocinadores, combinados com uma distribuição maior e melhor, fez com que todos colocassem as mãos em fatias mais generosas de grana.
Alguns aproveitaram bem, se organizaram e hoje conseguem sobreviver ao caos econômico provocado por um dólar que já valeu 17,18 pesos argentinos e que, agora, já chegou transitar na casa dos 65 pesos pelo menos 1 dólar.
Alguns clubes ponteiros hoje ou que estão frequentando a parte alta da tabela e que seguraram a onda de contrações com acordos firmados na moeda estadunidense estão mais tranquilos, cito: Lanús, Argentinos, Vélez, Estudiantes e Newell’s. Todos com dificuldades financeiras, porém administradas, reguladas.
O Newell’s talvez seja a exceção aqui, pois pelo o que se sabe, o time de Rosario vive ainda muitos problemas com o dinheiro que nunca basta.
A coisa começa a complicar quando passamos o olhar nos grandes da Argentina… Todos gastaram muito, todos! Mas poucos ganharam algo para sustentar o consumismo desenfreado causado pelo ingresso de grana de uma hora para a outra.
Boca e River ainda se desprendem dos demais grandes pelo seu poder de engajamento em todas as áreas, o que faz com que o dinheiro entre mesmo que as conquistas não sejam tão relevantes. Mesmo assim, há problemas detectados.
Nos últimos dias o presidente do atual campeão da América e finalista mais uma vez disse: “Seguramente teremos que vender algum jogador para equilibrar as contas”. Agora, imaginem o River que não para de chegar e que mesmo assim tem que vender, o que restará para os demais?
Uma limpa geral se dará em San Lorenzo, Racing e Independiente e que também deve atingir o gigante Boca Juniors.
A falta de conquistas “pesadas” e o dólar nas alturas farão com que direção coloquem nas prateleiras nomes importantes dos clubes considerados grandes.
Se seu time busca reforços e que, obviamente, teriam que desatrelar seus vínculos ao dólar, aí está a oportunidade.
No Independiente se fala em possíveis saídas de Campaña, Figal, Alan Franco e Martín Benítez (foto), todos campeões da Sul Americana recentemente.
Do lado azul de Avellaneda não será diferente e alguns campeões da última Superliga podem sair, Marcelo Díaz, Zaracho, Sigali, Nery Domínguez, entre outros…
Se está difícil para os que ganharam a 1, 2 anos, imagina para o San Lorenzo? O time que aposta na volta para o seu estádio terá que se livrar de nomes como Blandi, Botta, Bellushi, Alexander Diaz, Peruzzi, Bareiro, Vergini, Coloccini e por aí vai.
O Boca que comprou muito e nada funciona, trocará de presidente no final do ano e as mudanças também serão profundas.
Riquelme votaria ao clube para ser um manager? Alfaro seguro que não estará mais à frente de um time que tem De Rossi, Campuzano, Emanuel Más, Soldano, Ábila… Nomes que podem entrar nessa readequação que todos terão que passar.
O fim de ano será duro para todos na Argentina, a sociedade sangra e o futebol não passará incólume a tudo que se vive em território vizinho.
Torço pela melhora das condições na Argentina de maneira geral e que o futebol recupere seu fôlego para continuar competindo como sempre.
Você que comanda um clube no Brasil, aí está uma boa oportunidade de encher a cestinha, bora sair às compras?