Três argentinos e um destino? Parte II
15 de outubro de 2019 por Lucho SilveiraNo capítulo passado você leu um pouco sobre Chacho Coudet, técnico do Racing e o ficha 1 nas pretensões coloradas.
Hoje o dia de é passar os olhos sobre algo relacionado a “El Profe”, o senhor Ariel Holan…
Oriundo do hóquei sobre a grama, Ariel Holan percorreu um caminho relativamente curto nos campos de futebol até tornar-se campeão, contando apenas o período como treinador efetivo.
Em 2015, o Defensa y Justicia foi o pontapé inicial na carreira como treinador principal, para logo em seguida desembarcar em Avellaneda e comandar o time dos seus amores, o Independiente.
Ser treinador do Independiente era pesado, um time que é conhecido como “Rey de Copas”, mas que deixou lá para trás suas maiores conquistas. Era sem dúvida um grande desafio.
Holan com sua fala mansa, seu perfil baixo e com um trabalho silencioso, reconquistou a América pela segunda via, a Copa Sul Americana.
Enquanto Boca e River se digladiavam pela Libertadores, o Rojo de Avellaneda tomou o outro caminho e, em pleno Maracanã, deu outra volta olímpica.
Está consagrado “El Profe”!!! Tudo ia às mil maravilhas até que explodiram duas crises internas que não puderam ser controladas totalmente.
A primeira dizia respeito a uma forte pressão da “Barra” do clube, que queria dinheiro do treinador em troca de segurança e paz. Holan não aceitou e pediu demissão…
O mundo do futebol ficou chocado com aquilo, “como um técnico campeão pode deixar o clube dessa maneira???”
Holan voltou sem ter saído depois de uma comoção generalizada. Fim dos problemas? Não… Ao contrário!
A segunda crise veio de dentro do ambiente mais sagrado para os boleiros: o vestiário.
Nesse último final de semana, em uma entrevista na Argentina, o preparador físico da época, “Profe Kohan”, contou a verdadeira história da sua saída do clube logo após a conquista da Sula.
Um desacordo financeiro e a quebra da palavra dada por parte de Ariel Holan fez com que o prepador físico querido pelos jogadores fosse embora, o que desencadeou uma debandada geral.
Além dos vendidos Meza, Tagliafico e Barco, o Independiente viu saírem contrariados: Emanuel Gigliotti, Torito Rodríguez, o zagueiro Amorebieta, Neri Domínguez e Leandro Fernandez.
As entrevistas de alguns deles pós-saída do clube deixaram muito clara a insatisfação com andamento das coisas da porta para dentro do vestiário.
Holan estava condenado… Não duraria muito mais por isso e pelos resultados no ano de 2018.
Desde que deixou o clube, “Profe Holan” tem visitado grandes clubes pelo mundo afora, tem procurado se aperfeiçoar, aprender e tudo mais.
Seu empresário, Fernando Hidalgo, nega qualquer contato com o Inter até esse momento e não acredita que Ariel Holan seja o alvo Colorado.
Sobre como se portava o seu time vencedor da Sula? Uma rápida passada…
Tinha uma linha defensiva com quatro marcadores (Bustos, A. Franco, Amorebieta e Tagliafico), mas não raramente se via essa linha se transformar em três zagueiros.
Bustos e Tagliafico ganharam muito sob o comando do treinador que hoje está desempregado, chegaram à seleção, inclusive.
No time campeão, dois volantes marcadores: Torito Rodríguez e Nico Domingo.
Três jogadores rápidos por trás do centroavante Puma Gigliotti: Barco, Meza e Martín Benítez davam uma energia, leveza e energia ao time que levantou a Copa.
Uma formação que foi desmanchada logo em seguida, mas que ficou gravada na cabeça do torcedor fanático do Independiente.
Ao contrário de Coudet, Holan (um é água e outro é vinho) gosta de um time com posse de bola, sem pressa para terminar a jogada.
No Independiente, utilizava muito a saída pela direita na conexão Bustos-Benítez, que deu muito certo, com Tagliafico ficando muitas vez como uma espécie de zagueiro.
Amanhã falaremos sobre Jorge Almirón, espero vocês!!!